E foi ali, à beira da praia. O vento frio que normalmente corta a alma e qualquer esperança de haver um calor para esquentar o coração, ao invés disso, me fez querê-la ainda mais perto. Abracei-a, e agradeci. Há quanto tempo que não andávamos assim, juntos? Há quanto tempo não sinto o perfume dela assim, tão próximo? A rotina desarma, derruba e mata aquele que um dia amou intensamente. É preciso mudar, não o ser, mas o ar. Viver em lugares diferentes, em tempos diferentes, é amar para sempre.
Há tempos que não tenho momentos bons assim. Não vou me esquecer. Ganhei um abraço, um beijo, caminhamos e, no fim, fui presenteado. Cada segundo que seguiu o presente foi me dando ainda mais vontade de amar. Não só amar, mas amá-la.
E foi o dia que passou, que deixou lembranças para hoje.
Hoje eu a amo mais. Não por ontem, mas porque eu mudei. Aprendi. Não me arrependi. Nem vou.
Quero sempre viver livre, mas acorrentado a quem amo. Liberdade sozinho é solidão. E a solidão é o que me mata.