De frente para o canto, sozinho
Pensando no que dizer, desisto
Me vejo sozinho, sem saída
Mas no conforto de saber
Que minhas vergonhas
Serão vistas somente por mim.

Não é solidão, nem exílio
É onde acho conforto e segurança
Para me criticar sem ser criticado
Para falar sem ser ouvido
E para ouvir aquilo que não é dito
Que machuca mais ainda por vir de mim.

Sou meu crítico e meu empregado
Babo meu próprio ovo e aponto meus defeitos
Faço de tudo para acreditar em mim mesmo
E me derrubo com palavras
Que não saem da boca, rodam na mente

Essa solidão faz mal?
Mas eu não estou sozinho.
Tenho as pessoas mais importantes comigo
Sempre por perto, dispostas a ajudar.
Não sei o que fazer.
A não ser escrever.