.. do tempo em que chuva era sinal de boas colheitas, de quando fumaça preta no alto era pedido de socorro de um aliado, de quando a tribo inteira era uma família única.
Saudade do tempo em que compaixão era natural, que a violação natural era por sobrevivência e que a chuva era apenas mais uma parte do ciclo da água.
Saudade do tempo em que todos ficavam em volta da fogueira para se esquentar, contando histórias até, um a um, todos dormirem.
Saudade do tempo em que liberdade era fazer o que quisesse seguindo apenas a consciência, em que a paz era não ter que disputar terras com outras tribos e amor se tinha pelo próximo.
Saudade do tempo em que o mundo não era capitalista, onde chuva não remetia a trânsito intenso ou baixa no comércio. Saudade do tempo em que fumaça preta não era sujeira de fábricas, do tempo em que ninguém próximo era suspeito.
Saudades de quando havia sinceridade, clareza e honestidade (Ah! Que época de ouro!).
Saudades desse tempo. Tempo que passou e não volta mais. Tempo esse que eu não vivi.