Não dá pra ser injusto e não reconhecer. 
Acho engraçado e ao mesmo tempo uma coisa a se pensar quando analiso a vida e as fotos de muitas pessoas que conheço, com uma boa convivência com o pai, e tal. Não, isso não quer dizer que elas não tenho problemas e discussões com seus pais. Não quer dizer que os pais dessas pessoas nunca erraram, nem nunca exageraram em alguma coisa. Mas de qualquer forma, é inegável que a maioria das pessoas que conheço tem mais contato com o pai. Não, eu não tive muito contato com meu pai. Não foi falta de oportunidade, foi falta de importância. Falta de cuidado, zelo, preocupação até... Tenho meu pai até hoje, e não devo reclamar do que tenho, por mais que muitas pessoas achem que há motivo pra isso. Meu pai não é santo, não é o melhor, não é um herói, nem é o mais legal de todos. Mas é o pai que eu tenho. O pai que eu vi ser um cara foda, que sempre sabe de tudo, um cara que sempre dava um jeito pros meus pequenos  e grandes problemas e também os da minha família. É o mesmo cara que eu vi sendo vilão, sendo chato, sendo o cara que eu não gostaria de ver por uma semana. É o mesmo que eu cansava de brincar de me esconder sempre que sabia que ele tinha chegado do trabalho, só pra ver se ele ia sentir minha falta (e ele sentia, claro, rs. E entrava na brincadeira). E é o mesmo cara que já me acordou no meio da madrugada, às vezes em vésperas de provas, e não me deixava dormir, falando besteiras e coisas mais. Como eu disse, não é santo...
Tem seus pequenos e grandes problemas, que afetam todas as pessoas da família em pequenas e grandes proporções. Tomou atitudes que muitos nunca perdoariam nem entenderiam. Atitudes repudiadas e -talvez- revoltantes. Mas ninguém lembra o que de bom ele já fez. Ninguém lembra de quantas vezes ele já abdicou de várias coisas para nos dar alguma outra. Ninguém lembra da alegria que ele leva aos lugares em que ele se sente bem. Ninguém lembra do carinho e o respeito que ele tem com todas as pessoas, conhecidas ou não.
Queria ter tido mais tempo com o meu pai. E às vezes acho que posso mudar isso. E, claro, às vezes acho que seria algo que não valeria a pena. Mas com o tempo, mesmo que por pouco tempo, você aprende alguma coisa, você passa a entender as coisas de um jeito diferente. O meu pai é MEU pai, mas ao mesmo tempo, é pai dos meus irmãos, marido da minha mãe, filho do meu avô, irmão dos meus tios, tio dos meus primos, e por aí vai. Como MEU pai eu não tenho porque odiá-lo ou evitá-lo. Tenho motivos para ficar chateado, mas nem por isso virarei um rebelde. 
Sempre me disseram "não importa a situação, pai é sempre pai". E é, querendo ou não, aceitando ou não. E eu aceito. Aceito meu pai do jeito que ele é, e lamento por não ter tido maior aproximação com ele. Lamento por não ser o melhor amigo dele. Lamento por não ter tido momentos clássicos de pai e filho e por não ter realizado os "sonhos" dele, que ele esperava de um filho. E tenho a chance sempre de fazer isso, a cada dia que passa. E tá passando.
Achei estranho isso tudo, essa vontade de falar isso. Mas é estranho você ouvir uma música que, quando mais novo, nunca entendia porque as pessoas adoravam e admiravam tanto. E eu ouvi a clássica música de dia dos pais (Pai - Fábio Jr.), e finalmente entendi o que ela tem de especial, e acho que pela primeira vez consegui entender o sentimento da música em si. Me emocionei ouvindo. Entendi o valor que o pai tem independente de qualquer coisa. Além do mais, eu serei pai um dia. E tudo de bom que meu pai pode me dar (sentimentalmente falando), espero poder e conseguir dar ao meu filho.
Sei que sentirei muita falta do meu pai um dia, assim como espero que um dia um filho meu possa sentir minha falta.
Independente de qualquer coisa, eu amo, sim, o meu pai.
E, bom, feliz dia dos pais.